18/06/2005

Entrevista a Billy Corgan

O encontro entre Corgan e o escriba da presente prosa estava agendado para o já adjectivado hotel lisboeta. Um homem enorme, o manager, sucede a outro (Corgan) numa sala contígua do hotel. Billy Corgan , ídolo de uma facção indie que corria como outsider na explosão do grunge na década de 90, apresentava-se debilitado, com uma gripe envergonhada.
O regresso a solo português traz à memória uma célebre noite no Estádio do Restelo, corria o dia 4 de Outubro de 2000. Entre sorrisos ténues de uma memória forte, Corgan recorda com um aceno de cabeça saudoso. Quanto ao disco «TheFutureEmbrace», o músico explana as suas intenções. «Só queria fazer algo diferente. Tentei muito fazer algo de novo em temos musicais».
As expectativas em torno da estreia a solo acumulam-se entre seguidores e curiosos. Corgan desvenda algumas verdades bem visíveis para si. «As pessoas pensam que estou sempre a tentar fugir de alguma coisa e não é verdade».
«Todos os artistas têm a sua identidade. Quando se é mais novo somos mais influenciados por tendências e popularidade. Todos esses factores acabam por reflectir aquilo que se pensava que era. Depois tornamo-nos adultos e somos obrigados a fazer algo que se sente, directamente do coração», assume Corgan.
As intenções do músico estão centradas sobre a sua exploração enquanto artista na área da música e naquilo que identifica o movimento: as canções. «Uma boa canção é uma imagem que capta um momento. É preciso ter um sentimento para o fazer. Mesmo quando se ouve uma canção antiga podemos relembrar esse tempo na história».
O músico desenha ainda o trajecto natural de uma canção. «Cada uma deve obedecer a certas circunstâncias especiais. Mas no seu todo, escrever uma canção é como construir uma casa: deve pensar-se como se quer fazer e depois erguer a canção em si. Por vezes é chato, mas se for bem feito, a casa fica muito forte, bem feita e dura por muito tempo».
Para a primeira aventura a solo, Corgan desenlaça uma franja que o conecta com a sua cronologia artística. O baterista dos Smashing Pumpkins e Zwan, Jimmy Chamberlain, constitui a única referência ao historial de Corgan. É mais fácil trabalhar a solo? «Não diria mais fácil, mas sinto-me mais preenchido. Muito conectado comigo mesmo. Quando era mais novo sentia-me mais conectado com tudo o que estava ao meu redor».
O músico caracteriza a aventura a solo como sendo mais «pacífica». «Não tenho que encarar os problemas dos outros, acerca de drogas. Pessoas zangadas porque ninguém lhes ligou. Isto e aquilo. Ou seja, tudo o que não tem a ver com música. Não me importo de diferenças musicais, ou diferentes energias, aborrece-me quando tem a ver com outras coisas como alguém me dizer que não gosta deste hotel a toda a hora».
«Nos Smashing Pumpkins estava tudo relacionado com a minha relação com o público e menos com a banda, o que era bom para mim e para o público. Mas não era muito bom para a banda», redime-se o artista invocando as diferenças com os posteriores Zwan. «Esses eram piores! Eram um bando de madonnas a queixarem-se a toda a hora».
A hipótese de voltar a trabalhar sob a denominação Zwan parece completamente afastada. «Nunca. Odeio aquilo! A música para mim é muito honrosa e para eles não era tanto assim. Para mim música é o número um no topo da lista do que faço, tudo o resto vai para número dois. Para eles, drogas, sexo, rock`n`roll era muito mais importante do que música. A música era colocada em sétimo lugar!»
Acerca da vontade escondida de querer voltar atrás ou o quão importante é o seu legado musical com temas como «Today», entre dezenas de outros, Corgan volta a refastelar-se na cadeira e indica acerca do referido tema que «sabia que era um tema especial quando a escrevi. O meu manager estava na cidade e convidei-o a ouvir um hit.Ele ficou a olhar para mim e disse: é boa. E perguntei-lhe: mas como é que dizes que é boa? É um hit!»
A sobranceria de Corgan é abafada pela magnificiência inquestionável do seu trabalho. Neste novo disco, qual o tema que Billy recomenda como sendo o jardim especial do álbum? «Existe uma que é muito especial («Now (And Then)»), mas não creio que seja um hit single. O Robert Smith enviou-me um e-mail e disse-me que seria um single! Se ele o diz é porque é definitivamente uma canção especial».
E entre conversas sobre o líder carismático dos The Cure, Corgan apresenta com muita naturalidade a parceria entre os dois que consta no disco, mais precisamente no tema «To Love Somebody» dos Bee Gees. «Somos amigos e falámos em trabalhar em conjunto, tal e qual como outras pessoas normais. Nada de muito especial».
(para ler o resto da entrevista sigam o link)

5 comentários:

Anónimo disse...

S tivesses escrito um texto mais pequenino, até era capaz de o ler!!! Bolas!!!
Sintetiza, amigo! Sintetiza!!!*

Eli disse...

É pá, tu não comentas os meus textos, não me fazes homenagens e não me dás o prémio!!! Não estou a gostar!

Anónimo disse...

smashing pumpkins!!oh naoooooo!outra vez nao!!:)

Eli disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Eli disse...

Acaebei de ler. Acho que já devia ter lido antes...